sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Orçamento: protestos marcam dia de votação

Militares protestam hoje no Parlamento e em Belém contra o Orçamento do Estado para 2012. Trabalhadores dos distritos de Lisboa e de Setúbal também se manifestam junto à Assembleia da República.

Dirigentes das associações socio-profissionais das Forças Armadas e "todos os militares que queiram e possam" estarão na quarta-feira nas galerias do Parlamento e depois numa vigília em frente ao Palácio de Belém para protestarem contra o Orçamento do Estado para 2012.
Serão 18 os dirigentes das três associações do sector que irão à Assembleia da República assistir à votação final global do Orçamento do Estado para 2012, segundo o presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas (AOFA), o coronel Pereira Cracel. Mais tarde, a partir das 18h, os mesmos dirigentes "e todos os militares que queiram e possam" somar-se ao protesto irão para a porta do Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas, para fazer "uma vigília" que tem como objetivo pedir a Cavaco Silva que vete o Orçamento do Estado, mas também que receba as associações do sector pela primeira vez.
"Os militares, dando continuidade à manifestação [de 12 de novembro], pretendem pedir ao senhor Presidente da República que não promulgue o Orçamento do Estado para 2012, que contém aspetos e decisões que afrontam sobremaneira a condição dos militares e a própria instituição militar", explicou à agência Lusa Pereira Cracel.

Militares querem ser recebidos em Belém

A vigília em Belém e a presença na Assembleia da República no dia da votação final global do Orçamento foram decididas a 12 de novembro, no final de uma "manifestação nacional" que reuniu em Lisboa cerca de 10.000 militares, segundo as associações que organizaram o protesto.
Com estas duas iniciativas, os militares querem "deixar ali com a sua presença" as "profundas reservas" que têm "relativamente ao que vai acontecendo" no país e com as políticas de austeridade adotadas pelo Governo, "em particular no que diz respeito aos militares", ainda segundo o dirigente da AOFA.
No caso da vigília, os militares vão tentar ser recebidos no Palácio de Belém, para deixarem um documento a Cavaco Silva em que pedem o veto do Orçamento.
Não têm porém "nenhuma garantia" de que isso aconteça: "O Presidente da República nunca recebeu as associações nem deu resposta ao ofício em que lhe é pedida uma audiência. Provavelmente, também não o fará agora", acrescentou Pereira Cracel, dizendo que talvez "numa altura como esta" Cavaco Silva considere receber as associações.
Os militares protestam sobretudo contra os cortes que os afetam e a retirada de direitos inerentes à condição militar, sublinhando que estão a ser equiparados a qualquer funcionário público quando lhes são pedidas obrigações e disponibilidade que não existem para nenhum outro grupo profissional.

"Orçamento de agressão tem a nossa rejeição"

Também os trabalhadores dos distritos de Lisboa e de Setúbal manifestam-se hoje junto à Assembleia da República para contestar as medidas de austeridades previstas no Orçamento do Estado para 2012, que vai ser aprovado pelo plenário parlamentar.
Sob o lema "Orçamento de agressão tem a nossa rejeição", os trabalhadores afetos à CGTP vão desfilar até S. Bento depois de se concentrarem em três locais diferentes.
Os manifestantes provenientes do distrito de Lisboa concentram-se às 8h30 junto ao Jardim da Estrela enquanto os de Setúbal se concentram, à mesma hora, no Largo do Rato e os do Alentejo (do distrito de Setúbal) no largo de Santos.
O objetivo é juntarem-se frente à Assembleia da República por volta das 9h30, pouco antes do debate de encerramento do Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano.

Trabalhadores afetos à CGTP

A ação de protesto é promovida pelas Uniões dos Sindicatos de Lisboa e Setúbal da CGTP.
"Depois da grandiosa Greve Geral do dia 24 de novembro, a luta continua pelos direitos dos trabalhadores, das novas gerações, dos  desempregados, dos reformados e pensionistas", disse à agência Lusa o coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa (USL), Libério Domingues.
O sindicalista explicou que "esta ação pretende dar continuidade à luta contra a exploração e o empobrecimento generalizado da população e dos trabalhadores, contra o ataque ao poder local democrático, à democracia e à soberania do país, pela exigência de rutura com a política que está ser seguida, pela afirmação de alternativas económicas e sociais que respeitem e valorizem os direitos laborais e sociais".

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Acordem pra vida!
Bem haja!

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